sábado, 5 de dezembro de 2009
Crisim dos 7 aos 37
sábado, 28 de novembro de 2009
Crisim dos 7 aos 37
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
A filha pródiga - Revival da Crisim com a Mãe-USP
sábado, 13 de junho de 2009
Porraloucas em série - Serge Gainsbourg
Queria começar uma série de textos sobre os loucos adoráveis por quem vou me apaixonando ao longo de minhas re-descobertas de curiosa militante. Uma espécie de tributo com algumas modestas linhas neste blog. Idéia nada original mas com intenção e entusiasmo sinceros que podem fazer valer a pena. Me perdoem se eu me auto-sabotar e acabar abortando a idéia antes que ela crie raízes.
*****************************
Semana passada estive na exposição "Gainsbourg. Artista, Cantor, Poeta, Etc" no Sesc Paulista. Dele lembrava algumas músicas, a primeira de todas no hit parade das minhas memórias o clichê "Je t'aime moi non plus". Sabia que foi casado com a Jane Birkin, que era polêmico, que disse um dia que queria "baiser" (foder) a Whitney Houston em rede nacional, que teve um caso com a Brigitte Bardot (que então não estava na sua versão xenofóbica) e que aliás namorava mulheres lindas, que o seu "Je t'aime moi non plus" tinha virado filme com Jane Birkin fazendo o papel de garota andrógina que teve um caso com um homossexual (o título do filme foi traduzido como "Paixões Selvagens" e consegui assistir uma cópia VHS). Não era uma baita bagagem, mas uma maleta bem prática. Só que não foi suficiente para a profusão de informações, imagens e sons que me assaltaram na exposição. Demorei tanto tempo lá que fui expulsa pelo segurança sem nem mesmo ter terminado meu tour. Corri para casa ler a biografia fast food "Um punhado de Gitanes" de Sylvie Simmons. Eis algumas informações extras que posso partilhar rapidamente e aguçar as curiosidades alheias.
Serge Gainsbourg não foi sempre Serge nem Gainsbourg por toda a vida, como me informou a monitora da exposição. Quase não nasceu como Lucien Ginsbourg em 1927, já que sua mãe pensou em abortá-lo mas desistiu por causa da imundície da clínica de abortos. Era filho de judeus russos instalados em Paris fugidos da Revolução Russa. Como o chamavam de "Lulu", para seu desgosto, resolveu anos mais tarde mudar para Serge e afrancesou o sobrenome para "Gainsbourg". Sacanamente deu o seu nome de batismo "Lucien" para seu filho caçula e vingou-se do destino também chamando-o de "Lulu". Os franceses guardam dele a imagem do bebum com barba por fazer, consumidor compulsivo de Gitanes, e lotam seu túmulo no cemitério de Montmartre e sua casa na rue Verneuil com caixas de cigarro e garrafas de Pastis . A esta faceta "rebordística" ele chamou de "Gainsbarre" e fazia questão de expô-la na TV ao vivo.
Não é a toa que me atordoei na exposição: ao longo da vida foi ator, diretor, roteirista, mas sobretudo compositor. Fez letras para si e para Françoise Hardy, Juliette Greco, Vanessa Paradis, France Gall, Jane Birkin, Brigitte Bardot, Isabelle Adjani e até mesmo para Catherine Deneuve. Pensava a música como um todo e navegou por vários ritmos, sendo que foi um dos precursores do reggae (no disco Aux Armes Etcaetera) e do rap (You're under arrest). Até escreveu um romance escatológico, Evguénie Sokolov, o qual estou doida para achar e ler.
Era sensacional no jogo de palavras e no duplo sentido, o que se percebe logo de cara nos títulos de algumas músicas: "Con c'est con ces conséquences", "Baby Alone in Babylone", "La Décadanse"... Exemplo disso, brincando com seu nome e o seu alterego ele dizia "Gainsbourg se barre, Gainsbarre se bourre" ("se barre" significa se fechar, se isolar, e "se bourre" beber até cair), mostrando as personalidades conflitantes que viviam dentro dele. Outro exemplo hilário de como manipulava os sentidos nas letras está ilustrado na história que se passou com a cantora France Gall. Ela era uma "Sandy" francesa, ingênua de tudo, e ele a fez cantar "Les Sucettes" (Pirulitos), sobre uma menina que chupava pirulitos até que o anis escorresse pela garganta. Conotação sexual pura que a pobrezinha não se deu conta até já ser um sucesso e então algum sacana lhe explicar o duplo sentido. Isso a fez se esconder durante semanas de vergonha.
Diziam que antes de tudo era um tímido que aprendeu que o álcool o destravava para a vida e o cigarro e a fumaça enjoativa dos Gitanes lhe serviam de muleta. Morreu em 1991 com o seu terceiro enfarto, consequente de sua vida abusiva, e antes que lhe amputassem a perna por causa de uma arteriosclerosa causada pelo fumo excessivo.
- Um punhado de Gitanes - Sylvie Simmons
- Gainsgourg. Artista, Cantor, Poeta, etc - Sesc Paulista - de 4/06 a 7/09
- Site Gainsbourg
Um tira-gosto "Le Poinçoinneur de Lilas"
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Sou pedestre, e daí?
Todo mundo nasce pedestre mas se esquece disso quando vira motorista. Talvez seja por isso que exista tanta prepotência dos motoristas com os pedestres quando disputam espaço na pista. Eles sempre acham que são "preferenciais" e esperam impacientes os pedestres atravessando na faixa. Há quem acelere os motores para o pedestre acelerar os passos. Há aqueles que sempre param em cima da faixa. Salvo uns e outros que gentilmente acenam para nós pedestres atravessarmos ou que dão seta para entrar e não nos deixam naquele vai-não-vai antes de por os pés fora da calçada.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Meu dia de metaleira
domingo, 5 de abril de 2009
Mais um dia de "quase"
domingo, 29 de março de 2009
Alfarrabistas da língua em crise
O orphanato inglez e o asylo portuguez
De Glauco Mattoso para o Cronópios
Outro dia um amigo me criticava pelo quixotismo de defender sozinho a "velha" orthographia. Respondi que as reacções collectivas começam assim, pela iniciativa isolada de algum inconformado, ao qual os demais vão adherindo. E comparei minha attitude ao que acontece na língua ingleza. Elles não reformaram a orthographia e não se preoccupam com o desapparecimento do "PH", mas a universidade de Oxford quer evitar que certas palavras caiam em desuso e sumam do vocabulario fallado ou escripto. Para isso foi creado um sitio chamado "Save the Words" (savethewords.org), que estimula o emprego de palavras em risco de extincção. Elles rastreiam a rede para detectar vocabulos que, de tão raros, nem são reconhecidos pelos correctores orthographicos dos programmas de edição digital. Depois de seleccionadas pelos lexicographos, as palavras "esquecidas" são colladas no sitio, donde berram em audio para que os internautas as adoptem, como si fossem creanças desamparadas. Quem decide adoptar uma dellas tem que se registrar no sitio e se comprometter a utilizal-a, tanto nas conversas quanto na correspondencia. O sitio até emitte um certificado de adopção para cada voluntario.
Ora, por que não crearmos, em portuguez, um sitio que estimule o emprego da orthographia etymologica? Afinal, si os latinistas cultivam uma lingua "morta", ou os esperantistas uma lingua "artificial", por que não reconhecermos que o cultivo duma escripta "archaica" pode ter sua importancia cultural, que vae muito alem da simples rebeldia individual dum poeta cego?
Sciente estou de que poucos têm accesso às fontes de referencia prequarentistas, como um "Diccionario contemporaneo da língua portugueza" (1881) de Caldas Aulete, ou um "Manual orthographico brasileiro" (1921) de Julio Nogueira, e egualmente poucos têm erudição grecolatina capaz de "reconstituir" a graphia antiga a partir da actual forma phonetizada. Por isso estou preparando um minimanual, que intitulei "Decalogo mattoseano", ou "Promptuario practico do systema etymologico", para synthetizar regras e exemplos, excepções e casos ommissos. Logo disponibilizarei esse breviario. Por emquanto, vamos commentar o que está vigorando.
Dos trez cavallos de batalha na nova reforma (trema, accentos e hyphen), o mais tranquillo é o trema. Concordando ou não, todos sabem onde elle existia e passam a saber que elle deixa de existir. Ponto para o systema etymologico, pois antes de 1943 o trema nunca existira. Typica notação allemã, apparecia somente em adjectivos como "müllereano", mas era extranho ao portuguez. Nem por isso alguem iria pronunciar "linguiça" como "preguiça", nem "tranquillo" como "aquillo". Bastava o costume para orientar o ouvido e a escripta. Nenhum drama, portanto, nesta queda do trema, um signal que jamais deveria ter entrado na lingua.
Ja quanto ao hyphen a porca torce o rabo, e teremos panno para manga. Antes de analysarmos os innumeros casos particulares, comtudo, importa resalvar que a nova reforma até que tentou uniformizar, mas acabou escorregando nos mesmos problemas provocados pela bagunça do systema phonetico arbitrariamente implantado em 1943, que ja fora remendado em 1971. Na raiz de tudo está a incoherencia de qualquer escripta que se pretenda phonetica, contrapondo-se à intransigencia de qualquer escripta que se pretenda etymologica. Vamos destrinchar.
Na briga entre etymologistas e phoneticistas, as consoantes insonoras e geminadas são o maior pomo da discordia. Palavras como o substantivo "penna" e o verbo "annullar" dão bom exemplo. Para os etymologistas (como eu), os dois "NN" de "penna" são fundamentaes para entendermos que a "pena" com um "N" só é dó, emquanto a "penna" com dois "NN" é a antiga canneta. Da mesma forma, "annullar" (tornar nullo) nada tem a ver com o dedo anular (com um "N" e um "L" só), mas para os phoneticistas toda lettra dupla tinha que se reduzir a uma, de modo que as palavras ficassem enxutas e leves. Mesmo sem concordar, eu até entenderia, si o criterio fosse geral. Succedeu, porem, que os próprios reformadores não se entendiam: queriam eliminar o "H" de "humidade" mas não de "humanidade", embora graphassem "deshumanidade" sem "H". Queriam tirar o "H" de "herva" mas não de "herbivoro". Queriam trocar o "X" de "dextra" por "S", mas não tiraram o "X" de "extra". Ou reformassem duma vez, ou deixassem como estava! Ahi veiu o peor: emquanto tiravam lettras dum lado, doutro accrescentavam lettras onde não havia, como um "S" a mais em "antiseptico" ou em "asymmetrico". Que adeanta fazer um buraco para tapar outro? Crearam-se monstrengos como "antissético" e "minissaia", quando o mais logico seria, aqui sim, usar o hyphen. E a estupidez não parava por ahi: alguns prefixos exigiam hyphen, como "auto", mas outros exigiam juxtaposição, como "anti", e tinhamos absurdos como "auto-retrato" coexistindo com "antinazista". Agora chega a nova reforma e altera "microondas" para "micro-ondas" e "auto-retrato" para "autorretrato"! De novo duplicando consoantes que não são duplas!
Ora, a unica finalidade do hyphen seria justamente evitar essa falsa duplicação de "RR" e "SS", alem de proteger o "H" que não quizeram supprimir de "anti-horario". Si fossem realmente phoneticistas, deviam mudar logo para "antiorário", "orário", "umano", "úmido", "erva", mantendo o hyphen em "mini-saia", "auto-retrato", "anti-sético" e "a-simétrico". Só assim o raio do tracinho teria alguma utilidade.
Quanto a mim, que faço em taes casos? O systema etymologico não approxima a escripta da falla, de forma que, dependendo da clareza e do bom senso, cada composto é unido ou separado: "antiseptico", "asymmetrico", "autoretracto", "antinazista", "antisocial", "minisaia", "microondas", "bom senso", "cavallo de batalha", "sacco de gatos"... Era até melhor ter eu escripto "anarcholitterario" (tudo juncto) ou "livre pensador" e "franco atirador" (separado) do que com hyphen, como fiz no primeiro capitulo. O hyphen é, na verdade, um estorvo cujo emprego devia ser restricto ao minimo exigido pela clareza.
Nós, etymologistas, gostamos de lettras a mais? Sim, mas não inventamos lettras, não collocamos lettra a mais onde ella nunca existiu. Jamais escrevo "antisocial" ou "contrasenso" com dois "SS". Si eu fosse phoneticista, usaria o hyphen exactamente nesses casos, para favorecer a pronuncia, e prompto. Antes escrever "asymmetrico" que "assimétrico". Antes "autoretracto" (ou mesmo "auto-retracto") que "autorretrato".
Emquanto a maioria simplesmente segue a nova regra sem questional-a, eu convido meus selectos leitores a reflectir que não são só os poetas que têm liberdade para transgredir, mas todos aquelles que pensam no idioma como um filho adoptivo, e não como um pae auctoritario.
sexta-feira, 20 de março de 2009
O Nariz - uma biografia não autorizada de um ditador
Quando nasci ganhei de presente um nariz com personalidade. Era com certeza um azinho-azinho, resultado de azinhos recessivos escondidos no meu pai e na minha mãe. Diferente das ventas avantajadas da família Teixeira e da napa dos Romanos, é curtinho e voltado para cima, do tipo "chove dentro", com um jeitinho petulante. Minha avó portuguesa tinha um parecido e acho que este foi o seu legado.
sábado, 7 de março de 2009
Dia das Fêmeas!
Esta gatinha que está aí em cima é minha queridíssima Nina Simone, homônima da cantora que gosto demais. Charmosinha não? Não só uma bela carinha, tem uma esperteza ímpar. Ontem por exemplo ela deu um salto incrível. Para os gatos em geral isso não é nada demais, mas para a Nina foi um grande momento. Vou contar...
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Entidades e Associações Malucas
Lá vão algumas delas...
Esta entidade está totalmente ativa. Enquanto eu e Zé estivermos vivos e juntos pelo menos. Foi criada graças a um caríssimo amigo que um dia disse "poxa, a casa de vocês parece um centro cultural...". E nos deu carinhosamente um carimbo para marcarmos folders, presentes, bilhetes, livros, enfim, tudo que inventarmos para os amigos.
Nosso centro cultural já ajudou a promover muitos fanzines, folhetins informativos, noitadas do Bloco dos Sem-Carnaval, batatadas, rega-bofes, manuais para viajantes, manuais gramaticais, e por aí vai. Até produzimos eventos sociais importantes como o chá de cozinha da minha irmã. Rolou até diploma para a homenageada.