domingo, 5 de abril de 2009

Mais um dia de "quase"

Quantas coisas na vida a gente fica em vias de desfrutar e fica por pouco para chegar lá. São meias derrotas ou então vitórias pela metade. A gente se concentra para gozar a plenitude da satisfação, mas um detalhinho impede. A vozinha interna termina te consolando "tente novamente mais tarde..."
Lusa x Marília: jogo e tempo auspicioso. Dupla em take da globis

Me lembro no ginásio o inferno matemático em que vivi. Nunca tirei um dez. Um dia me dediquei ao extremo e senti antes de entregar a provinha nas mãos da carrasca que desta vez era a minha vez. Não levei em conta que aquela mulher tinha um tino matemático tão exarcebado que um errinho descontado não fazia da minha prova um dez. Nove vírgula setenta e cinco é novevírgulasetentaecinco. Não pode ser um dez. No máximo na escala de gradação alfabética que as escolas adotavam naquela época era um "B+". Ai que ódio que tenho do "B+"! Tucanaram meu "A" !!!
Bom, voltando das minhas reminiscências cedeéfísticas, vim aqui para falar de futebol.
A Lusinha vinha embalando no Paulistão de uma forma muito promissora. Resolvi dar um voto de confiança e me dedicar a torcer com mais dedicação. Fui então no domingo passado prestigiar Lusa x Marília. Testemunhei um 4x1 e me enchi de esperança. Fui até trabalhar no dia seguinte com a camisa do time e assumindo para todo mundo a minha condição lusófona. Ainda por cima, para coroar nosso entusiasmo, um câmera reparou na gente e eu e Zé fomos aparecer na Globo totalmente de improviso, em um take numa matéria do Globo Esporte.
No meio da semana veio o tal "detalhinho": tomamos um gol do Kléber Pereira na Vila Belmiro. Justo o adversário que disputa a vaga para a semifinal. Mas as chances ainda existiam. Estava com medo de acontecer uma fatídica situação matemática, porque sempre a matemática me persegue, Santos e Lusa ganhando no último jogo e empatando no saldo de gols. Como iríamos fazer? Tirar no palitinho? Mal sabia eu que ia ser pior...
Lusa x Santo André: mau augúrio e nuvens nefastas. Dois "pintos" em capas de chuva

Neste jogo decisivo de hoje contra o Santo André tudo foi divino-maravilhoso: tascamos dois gols no primeiro tempo, xingamos o Marcelinho Carioca e ainda vimos com satisfação ele sair substituído, ele cobrou falta e não converteu, a Ponte virou o jogo contra o Santos, o goleirão Fábio defendeu como ninguém. E a gente dentro de capas de chuva transparentes, como pintos em camisinhas, pulando e vibrando nas arquibancadas. São Pedro improvisou uma chuva para acalmar a excitação, mas não tinha dilúvio que aquietasse o facho. Lá no "quase" fim de segundo tempo o Santos reagiu e marcou mais dois, finalizando a conta em três. Me corrijam se eu estiver errada nas contas (o que não é nenhuma novidade para mim...): isso significa que precisaríamos de uma goleada de cinco gols em cima do Santo André... (errata: depois de discussões futebolísticas e matémáticas acaloradas minha conta foi consertada: precisava só de mais um gol. Não disse que podia ser pior?É a tirania do quase!!!!)
Saímos todos sob um pé d'água federal, cabisbaixos, uma frustração só. No taxi de volta para casa o radialista numa rádio felicitava a torcida da Lusa pelo empenho e pela saída do estádio sem incidentes. Poxa, queriam o quê? Foram oitenta e cinco minutos de alegria para terminar numa broxada gigantesca.
Só sei de uma coisa: a equação futebol+matemática+sexo não funciona. Nem mesmo neste desabafo...

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