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quarta-feira, 22 de abril de 2009

Meu dia de metaleira


Quem leu o meu desabafo de metaleira de meia-tigela de novembro do ano passado, sabe da culpa que carrego de não ter visto o megashow do Iron Maiden quando ele aconteceu bem aqui do lado de casa. Para provocar ainda mais minha consciência eles resolveram se apresentar de novo só que lááááá em Interlagos. Não fui e fiquei me remoendo por dentro.


Angariando uma absolvição resolvi fazer uma penitência leve : fui assistir a estréia do documentário "Iron Maiden Flight 666". Foi uma sessão de cinema só para iniciados, com pouca divulgação na imprensa. A sessão foi dia 20 para 21, meia-noite e um minuto exatamente. Não entendi porque não fizeram a tal sessão em "Two minutes to midnight" como na música. Será que pensaram que seria óbvio demais? Ou então três da madruga que segundo dizem é a hora do capeta...


Conjecturas a parte vim aqui contar que valeu muito a pena. Nunca uma penitência foi tão prazeirosa. Passando o serviço: um dos diretores é o mesmo que fez "Metal", Sam Dunn, um canadense fanático e bastante competente por sinal . O sortudo viajou com o Iron Maiden durante a turnê Somewhere Back in Time (a mesma que incluiu São Paulo e tive o desgosto de perder a oportunidade de ter ido) e registrou tudo. O filme é bem equilibrado, sem show demais, sem piadinhas demais, sem bastidores demais. O termômetro de como o filme fluiu bem é o meu Zezim, que me acompanhou resignadamente e mesmo sem ser metaleiro, nem roqueiro, nem encaixar em nenhum rótulo de aficcionado, conseguiu assistir o filme inteirinho sem se chatear e ainda saiu do cinema dizendo ter gostado da experiência.


E tive a oportunidade de sentir meu coraçãozinho bater forte num revival amoroso. Aqui eu faço uma revelação: fui completamente apaixonada pelo baixista Steve Harris. Antes de dormir meu sono de adolescente ficava olhando para a cara dele na foto do pôster na parede do meu quarto. Agora ele está tiozinho da Sukita, com filhas crescidas e tudo, mas ainda arranca uns suspiros do público feminino. É tímido e reservado, fazendo o tipo "sensível" e "criativo" do grupo. Se é que fazer músicas de heavy metal possa qualificar alguém de "sensível", hehehe.


Apesar das minhas tendências afetivas juvenis, me liguei num outro personagem da banda. Quem rouba a cena totalmente não é o vocalista Bruce Dickinson, que no show e pilotando o avião impressiona com sua hiperatividade. É Nicko McBrain que cativa a gente. O baterista feioso com pinta de boxeur a quem nunca dei trela é uma simpatia só. E cheio de piadinhas e sacadas, todas sem forçar a barra. Um barato!


Bom, papo de afficionado enche, né? Vou parando por aqui...


Fica aqui o link do trailer para quem quiser conferir.


E para terminar: dizem que vão lançar o DVD em maio. Para quem não sabe, meu aniversário é em junho, viu?


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Mamãe fez 455 anos



Só para informar e aproveitando para citar o Carlos Saura: "São Paulo fez 455 anos!". É bom divulgar o ocorrido porque é capaz que alguém não saiba tal a mesmice estava a cidade ontem. Tive a impressão que São Paulo se tornou aquela tia velha esclerosada que ninguém quer saber mais, nem ao menos visitar para garantir um pitaco na herança, quando muito só falar mal dela. Nenhuma divulgação pomposa nos jornais, um programação pífia, os paulistanos modorrentos e indiferentes.


Como amante desta cidade, daquelas que nem consegue se imaginar morando em um outro recanto da galáxia, fui prestar minha homenagem. Queria ver festa, relembrar fatos e causos históricos esquecidos, estar presente como testemunha ocular da proeza dos 455 anos vividos, quem sabe até receber um pedacinho de bolo.


Comecei minha empreitada no sábado 24/01 e fui direto no lugar mais óbvio: o Pátio do Colégio. Tinha feito umas leituras preparatórias em casa dias antes (vejam quando me dedico é coisa séria!) sobre a história de São Paulo, um livrinho que recomendo "Os nascimentos de São Paulo" organizado por Eduardo Bueno lançado por ocasião dos 450 anos da cidade. Voltando, lá no Pátio do Colégio onde dizem que tudo começou estava tudo fechado, nenhum bannerzinho indicando alguma coisinha. Aliás o banner que estava pendurado era do ano passado. De interessante só tinha os skatistas esmerilhando por lá. Minto, tinha uns showzinhos no Anhangabaú rolando que não me chamaram a atenção. A gente é inteleca, viu? Quer saber só de cultura pra cuspir nesta estrutura. O que salvou foi a Caixa Econômica que "penhorou" nossa sede de cultura no prédio de 1939, no museu permanente, nas exposições e no canto do grupo de chorinho"As Choronas". Aproveitando a pernada fui para o Mercado Municipal. Já era tarde e quase todas as barracas estavam fechadas. A idéia era ver o samba programado a acontecer por lá. De noitinha ia ter Jair Rodrigues, D. Inah e Germano Mathias. Só que o áudio do sambão estava ruim e a velhinha Cris teve que se recolher por ordens do seu geriatra...


Tudo bem. O dia seguinte é que era o dia D da festa. Que felizmente coincidia com o ano novo chinês. O ano do Boi fresquinho para a gente saudar lá na Liberdade. Chegando lá uma muvuca só, a gente andando em passinhos miúdos no meio da multidão. No corredor de alimentação nenhuma liberdade de movimento para mexer os pauzinhos do yakissoba...Daí São Pedro resolveu protestar contra aquela baderna e jogou água naquele povo todo que finalmente dispersou. Abriu o tempo e um sol de rachar a catedral da Sé apareceu para sorte dos persistentes que ficaram apesar da chuva. Por falta da passagem do dragão chinês que já tinha dado o ar da graça para os visitantes mais matutinos que eu, fiquei vendo uma aula de caligrafia chinesa e chinês dada por vovôzinhos chineses e agora estou torcendo para encontrar um chinês legítimo para mostrar meus rudimentos que tenho da língua! Ouvi também uma cantoria no palco de uma tal de Sofia, uma mocinha ocidental que sabia chinês e conhecia os clássicos do pop chinês. Um sarro!


Terminando o dia, busquei refúgio na Casa das Rosas. Tinha um sarau que não me entusiasmou... Mas avistei sentadinho num canto o sensacional Glauco Mattoso. Fomos eu e Zé assuntar com ele. Mais Zé que eu, pois fico envergonhada sempre em qualquer tietagem. Ganhamos um autógrafo e um papo simpático dele. Por fim, um pocket show do Péricles Cavalcante tranquilinho para dar trégua nos nossos nervos e cansaços.


Embora para casa e um gostinho de que ficou faltando. Se não fosse a ajuda sempre do inesperado, da minha curiosidade e do meu otimismo de Pollyana, não teria sido grande coisa. E não foi mesmo. A cidade merecia uma programação cultural maior, mais diversificada e bem divulgada, e os eventos aqui e acolá ficaram aquém.